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No tranquilo vilarejo de Jaraguá, em Goiás, as noites escuras são assombradas por uma presença sinistra, uma alma atormentada que clama por redenção. Esta é a história de Tereza Bicuda, uma figura marcada pela crueldade e pelo sofrimento, cujo nome ecoa como um sussurro temeroso nas conversas dos moradores locais.

Tereza Bicuda era conhecida não só pelo seu físico peculiar, com lábios grossos que lhe renderam o apelido, mas também por sua personalidade cruel e desumana. Originária de uma família simples, ela parecia nutrir um ódio profundo por sua própria mãe, submetendo-a a uma vida de maus tratos e humilhações. Dizem até mesmo que sua mãe, antes de partir deste mundo, lançou sobre ela uma terrível excomunhão.

Após a morte de sua mãe, Tereza não encontrou paz nem mesmo na sua própria morte. Seu espírito perturbado vagava pelas ruas, ecoando os mesmos insultos e xingamentos que um dia dirigira à sua mãe. Para tentar conter o seu tormento, os moradores decidiram desenterrar seu corpo e enterrá-lo novamente, desta vez atrás da Igreja do Rosário.

No entanto, mesmo após esta medida extrema, os gritos e assombrações persistiram. Determinados a se livrar do espírito enfurecido de Tereza Bicuda, os moradores decidiram transferir seu túmulo para a cabeceira de um córrego próximo, erguendo uma cruz como um símbolo de proteção contra o mal que ali habitava.

Mas, apesar de todos os esforços, o córrego da Tereza Bicuda continuou sendo um lugar de medo e terror. Os relatos de avistamentos do fantasma de Tereza se multiplicaram, e os corajosos o suficiente para se aventurarem perto do local relataram ouvir seus gritos ecoando pela escuridão da noite.

Assim, o córrego da Tereza Bicuda se tornou um marco sombrio na história de Jaraguá, um lembrete das consequências amargas do ódio e da crueldade. Aqueles que se atrevem a desafiar os limites entre a vida e a morte são advertidos a não subestimar o poder das almas atormentadas, cujos lamentos ecoam pela eternidade, clamando por perdão e paz.