A brincadeira comumente praticada pelos adolescentes chega a dar arrepios conforme o copo se move. Essa lenda urbana consiste em desenhar em um papel uma espécie de tabuleiro, com todas as letras do alfabeto, números de 0 a 9 e ‘sim’, ‘não’ e ‘sair’. É possível brincar com uma caneta, compasso ou copo, que servirá de pêndulo para comunicação do espírito presente. Depois dessas exigências, basta fazer a pergunta e deixar que ele responda.
A brincadeira nada mais é do que uma versão simplificada – leia-se abrasileirada – do tabuleiro de Ouija, que tem origem no espiritualismo, a partir das experiências das irmãs Kate e Maggie Fox, ainda no século 19, que se comunicavam com os espíritos por meio de batidas (tiptologia). A comunicação foi sendo desenvolvida até um tabuleiro, formado por alfabeto e números, ser criado.
O modelo foi patenteado pela Companhia Novelty Kennard, em 1891, e tornou-se um brinquedo de grande popularidade, chegando a ultrapassar as vendas do Monopoly, em 1960.
No entanto, em 1971, com o romance O Exorcista, de William Peter Blatty, a reputação do tabuleiro foi finalmente inserida na imaginação popular como algo “do demônio”. O interesse dos adolescentes pelo oculto difundiu o mito e fez o objeto tornar-se obsessão nacional, porém, com conotação de forças ocultas, magia negra etc. A igreja católica, obviamente, lutou com afinco para repassar a imagem negativa do tabuleiro, proibindo lares cristãos de tê-lo.
Quem nunca sentiu medo ao brincar da brincadeira do copo na escola?