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Há muitos anos, em uma pequena vila cercada por densas florestas, existia uma lenda misteriosa sobre a “Flor do Cemitério”. Diziam que essa flor crescia apenas nos terrenos dos antigos cemitérios abandonados, onde a vida e a morte se entrelaçavam em uma dança eterna.

Conta-se que a flor era uma lembrança da conexão entre os vivos e os que já partiram. Suas pétalas tinham um tom de vermelho profundo, quase negro, e um aroma doce e amargo que envolvia o ar durante a noite. Dizia-se que, quando alguém que amava profundamente falecia, a flor do cemitério florescia sobre o túmulo da pessoa como uma homenagem à sua memória.

A lenda contava que, se alguém fosse corajoso o suficiente para colher uma dessas flores misteriosas à meia-noite em uma noite de lua cheia, poderia fazer um único desejo que se tornaria realidade. No entanto, esse desejo teria um preço, pois a Flor do Cemitério era um símbolo de equilíbrio entre a vida e a morte.

Havia uma jovem chamada Elena na vila que tinha um coração puro e cheio de amor por sua avó, que havia partido recentemente. Elena ansiava por uma chance de ver sua avó novamente e conversar com ela mais uma vez. Movida por esse desejo, ela decidiu buscar a Flor do Cemitério em uma noite de lua cheia.

Elena seguiu os murmúrios da vila sobre a localização de um cemitério abandonado escondido no coração da floresta. Quando chegou lá, a lua brilhava intensamente no céu. Com cuidado e respeito, ela se ajoelhou diante do túmulo de sua avó e encontrou a misteriosa flor. Com mãos trêmulas, ela a colheu e fez seu desejo silencioso.

Na manhã seguinte, Elena acordou e sentiu uma presença suave e familiar em sua casa. Ela viu sua avó sorrindo para ela e sentiu uma profunda alegria em seu coração. Sua avó tinha voltado para um breve encontro, e elas passaram momentos preciosos juntas.

No entanto, conforme o dia avançava, Elena começou a perceber que sua própria saúde estava enfraquecendo rapidamente. Ela entendeu que o preço por trazer sua avó de volta estava sendo pago com sua própria vida. No entanto, ela não lamentou sua escolha, pois o amor que compartilhou com sua avó era mais importante do que sua própria existência.

A lenda da Flor do Cemitério persiste na vila, lembrando a todos que a vida e a morte estão entrelaçadas de maneiras misteriosas e que os desejos podem ser atendidos, mas muitas vezes com um preço a ser pago. E, no silêncio das noites de lua cheia, a flor continua a florescer nos cemitérios abandonados, lembrando a todos da importância de honrar aqueles que já partiram e valorizar os momentos preciosos com aqueles que ainda estão ao nosso lado.