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Conta-se que, durante a noite, o edifício se transforma em um palco de manifestações sobrenaturais. Moradores, vigias e visitantes relatam ouvir sussurros de vozes em uníssono, como se 13 pessoas estivessem falando ao mesmo tempo. Algumas dessas vozes clamam por ajuda, outras parecem oferecer consolo em uma melodia lúgubre que sobe pelas escadas vazias.

Os elevadores, apesar de reformados, frequentemente travam sem explicação, especialmente nos andares 11 e 13. Funcionários de manutenção juram que já ouviram gritos abafados vindo das paredes do poço do elevador, enquanto outros afirmam que, ao abrir as portas, viram reflexos de rostos que não eram os seus.

Nas madrugadas mais frias, uma figura é avistada do lado de fora do prédio. Dizem ser um homem jovem, vestido como nos anos 1940, carregando uma arma. Ele caminha lentamente, encarando a escuridão como se buscasse algo — ou alguém. Quando é abordado, desaparece, deixando um odor de pólvora no ar.

O Poço dos Lamentos

A conexão entre o “crime do poço” e o incêndio do Joelma é uma das partes mais misteriosas da lenda. O poço onde Paulo Camargo escondeu os corpos de sua mãe e irmãs ainda estaria de alguma forma “vivo”, como um portal entre este mundo e outro. Alguns acreditam que as almas das vítimas não descansaram, pois a violência de suas mortes impregnou o local com uma energia negativa que se intensificou com o incêndio anos depois.

Moradores relatam:

  • Objetos que desaparecem e reaparecem em lugares improváveis.
  • Sensação de estar sendo observado, mesmo estando sozinho.
  • E o mais perturbador: pessoas descrevem que, ao dormir no prédio, têm pesadelos idênticos com as “13 almas”. Em seus sonhos, elas sempre aparecem abraçadas, queimadas, e murmuram repetidamente: “Estamos presos. Nos ajude…”

Rituais e Proibições

Na década de 1990, um grupo de espiritualistas tentou realizar um ritual no edifício para “libertar” as almas presas. Contudo, o evento foi interrompido por fenômenos inexplicáveis: velas apagando-se sozinhas, ventos fortes dentro do prédio e a súbita sensação de sufocamento. Após o incidente, eles afirmaram que o lugar estava amaldiçoado por um ciclo de dor que não poderia ser quebrado.

Desde então, é dito que qualquer tentativa de “interferir” nos mistérios do Edifício Praça da Bandeira resulta em azar ou enfermidades inexplicáveis, como o caso do bombeiro que morreu após resgatar corpos do poço.

A Dúvida Persiste

Será o prédio amaldiçoado pela violência de seu passado? Ou seriam as almas de seus antigos ocupantes que ainda vagam pelos corredores, presas entre dois mundos? O que é certo é que o Edifício Praça da Bandeira carrega, em suas fundações, histórias de dor e mistério que permanecem vivas no imaginário de São Paulo.

Seja qual for a verdade, aqueles que se aventuram por seus corredores o fazem com um misto de fascínio e temor, certos de que não sairão os mesmos depois de cruzar as portas deste lugar onde o tempo, a vida e a morte se entrelaçam em uma dança interminável.