A família Montenegros estava em busca de um novo começo. Quando encontraram uma mansão imponente, com seis dormitórios e um vasto jardim selvagem, não puderam resistir. Era o lugar perfeito para recomeçar. No entanto, ao entrarem na casa, algo chamou a atenção de todos: na parede da sala principal, havia um quadro peculiar. Nele, um palhaço sorridente, com a mão aberta em um gesto que parecia um aceno, observava os recém-chegados.
Despreocupados, os Montenegros se instalaram na mansão, ignorando a sensação incômoda que o quadro transmitia. Na primeira noite, todos estavam exaustos e foram para a cama cedo. Na manhã seguinte, porém, uma tragédia abalou a família. Renato, o patriarca, não acordou. Ele foi encontrado sem vida, com a expressão serena, mas sem nenhuma explicação para sua morte. A causa foi determinada como uma parada respiratória.
A família estava em choque, mas tentava seguir em frente. No segundo dia, enquanto organizavam a casa, perceberam algo perturbador: o polegar do palhaço no quadro havia se dobrado, como se estivesse contando algo. Ainda assim, decidiram ignorar o fato, atribuindo-o à sua imaginação.
Dias depois, outra tragédia atingiu os Montenegros. Alice, a matriarca, também faleceu misteriosamente. Desta vez, ao olharem para o quadro, notaram que o dedo indicador do palhaço havia se abaixado. Agora, apenas três dedos permaneciam levantados. A família começou a suspeitar que algo sinistro estava em ação.
A cada morte subsequente, um dedo do palhaço se abaixava, até que restou apenas o dedo mínimo levantado. Na noite em que o último membro da família, o jovem Gabriel, foi encontrado morto, um incêndio devastador consumiu parte da mansão. Quando os bombeiros chegaram, tudo o que puderam salvar foi o quadro do palhaço. Contudo, de maneira inexplicável, a mão do palhaço havia desaparecido da pintura.
Dez anos depois, a mansão, agora restaurada, foi habitada por outra família, os Silveiras. Eles eram oito e, ao entrarem na casa, viram o mesmo quadro do palhaço, com a mão aberta e os cinco dedos erguidos. Como se nada tivesse mudado.
A história se repetiu. Quando o quinto membro da família morreu de maneira súbita, a mão do palhaço voltou a aparecer no quadro, com todos os dedos levantados novamente. O destino dos Silveiras tornou-se uma lenda sombria, e, até hoje, ninguém sabe o que aconteceu com os últimos três membros que permaneceram na casa.
A única certeza que resta é que o quadro do palhaço continua na mansão, aguardando silenciosamente a chegada da próxima família…