Reprodução

Era uma tarde ensolarada em São Paulo, em 2016, quando decidimos visitar o cemitério da Consolação. Com a câmera em mãos, meu namorado e eu queríamos capturar alguns registros, focando em um túmulo em particular que nos havia chamado a atenção. A luz incidia de forma perfeita, realçando os detalhes ornamentais da lápide. Satisfeitos com a foto, voltamos para casa sem perceber nada incomum.

Mais tarde, enquanto revisávamos as imagens no celular, algo nos chamou a atenção. Ao fundo, em outro túmulo, um homem apareceu nitidamente. Ele não estava presente enquanto tirávamos a foto, disso tínhamos certeza. O homem, de expressão séria e porte altivo, parecia observar silenciosamente, sem nos desviar os olhos. Intrigados, decidimos voltar ao cemitério no dia seguinte para entender melhor de quem era o túmulo.

Chegando ao local, caminhamos até a lápide onde o homem havia aparecido na foto. Ao nos aproximarmos, lemos o nome da família gravado na pedra: Sayeg. Uma antiga família de origem árabe. Ficamos parados, em silêncio, absorvendo a coincidência e a estranha sensação que nos envolvia. O homem na foto nunca mais apareceu em nenhuma outra imagem, mas sua presença continua gravada em nossa memória, como uma testemunha silenciosa do tempo e da história daquele lugar.