Branca Dias era uma rica dona de engenho que vivia no Recife. Ela praticava secretamente a religião judaica, em um momento em que havia uma perseguição da Igreja Católica aos judeus, durante a Inquisição. Quando soube que iriam atrás dela, ela juntou tudo que tinha de mais valioso e jogou dentro do riacho da propriedade onde morava, o Riacho do Prata, no Horto de Dois Irmãos, o zoológico do Recife. Ela foi finalmente pega, condenada e morta, em Portugal. Alguns anos depois, histórias de que uma aparição estava afastando as pessoas começaram a correr. Branca Dias estava guardando o seu tesouro. Em tempo, havia uma simpatia em meados do século 20, em que, no São João, as moças que gostariam de se casar, olhavam os rios e córregos, para tentar ver a imagem de seus futuros maridos. Nos tempos de engenho, uma dessas mulheres foi levada por Branca Dias. Há quem assegure que o espectro de uma mulher assombra os arredores do Açude do Prata. Ela vestiria trajes antigos, teria cabelos longos e ruivos e expressão de soberania – em pé na sacada do casarão antigo que existe em frente ao manancial, pela noite.