O que começou como uma noite comum, marcada por um jogo de futebol decepcionante, terminou em um dos episódios mais misteriosos vividos por uma família da periferia de uma cidade do interior. O caso está sendo comentado com perplexidade por vizinhos e amigos próximos: dois primos afirmam ter presenciado uma cena impossível — e idêntica — que ninguém mais conseguiu explicar.
A família voltava para casa após o jogo. No carro, seguiam Patrick, um adolescente, seu pai, o tio e os primos menores, Gabriel e Lucas. Já em casa, os pequenos desceram primeiro para ir ao banheiro, enquanto os adultos e Patrick ainda conversavam dentro do carro. Menos de dois minutos depois, gritos desesperados ecoaram da casa.
“Foi um grito de arrepiar. Parecia que tinham se machucado ou visto algo horrível”, contou o pai de Patrick.
Ao correrem para dentro da residência, encontraram Gabriel em estado de choque, gritando de forma descontrolada, e Lucas, o mais novo, tremendo sob a mesa da sala, sem conseguir articular uma palavra. Em pânico, os adultos decidiram levá-los imediatamente ao hospital.
No trajeto, com a respiração mais controlada, Patrick perguntou a Gabriel o que havia acontecido. A resposta desconcertou a todos:
— “Quando entramos na casa, vimos o cachorro comer cereais com uma colher em cima da mesa.”
Lucas, ao ouvir a frase, voltou ao estado de choque, como se a lembrança ainda o atormentasse. Mas havia um detalhe que tornava a história ainda mais intrigante: a família não tem cachorro. E na mesa, quando os adultos entraram, não havia absolutamente nada — nem rastro de cereal, prato ou colher.
Repetição e consistência
Nos dias seguintes, a mãe de Gabriel e Lucas decidiu conversar com os filhos separadamente, tentando entender o que de fato havia acontecido. O relato dos dois continuava idêntico:
— “O cachorro estava sentado na cadeira, comendo cereal com colher.”
Apesar de ninguém acreditar na história — nem mesmo os médicos — o espanto é que ambos descreviam a cena com os mesmos detalhes, mesmo quando entrevistados separadamente. E mais: nunca mais ninguém viu o tal cachorro, que, aparentemente, existiu apenas naquele breve instante.
Coincidência, trauma ou algo além?
Especialistas ouvidos pela reportagem apontam que, embora a imaginação infantil seja fértil, é raro duas crianças criarem simultaneamente a mesma alucinação com os mesmos elementos e reações. O que reforça a dúvida: seria uma experiência sobrenatural, uma manifestação subconsciente ou um lapso de realidade?
A casa permanece a mesma. A mesa também. Mas a família evita falar sobre o assunto — e os garotos, até hoje, não entram mais sozinhos na residência. A colher que nunca existiu ainda ecoa nas lembranças de quem presenciou o medo genuíno nos olhos das crianças.