Havia um motorista chamado Marcelo, que trabalhava para uma empresa de entregas na pequena cidade de Vale das Árvores. Certo dia, durante suas rotineiras entregas, ele foi designado para entregar uma encomenda especial em um endereço próximo ao cemitério da cidade.
Era uma noite fria e nebulosa, o vento soprava suavemente pelas árvores, criando um clima assustador. Marcelo, mesmo sendo uma pessoa cética, não podia negar a sensação estranha que tomou conta dele ao se aproximar do cemitério. Ele estacionou o veículo em frente ao portão, acionou o sensor de presença que mantinha a luz acesa no carro e desceu para entregar a encomenda.
Enquanto caminhava em direção à casa do destinatário, Marcelo sentiu que algo o observava, mas sacudiu os pensamentos assustadores da mente, atribuindo-os ao ambiente sombrio ao seu redor. Ao entregar o pacote, ele retornou rapidamente ao carro, desejando deixar aquele lugar inquietante o mais rápido possível.
No entanto, ao entrar no veículo, Marcelo notou algo estranho no retrovisor. Ao invés de ver apenas a estrada vazia atrás dele, ele pôde perceber vagas silhuetas esbranquiçadas flutuando ao redor do carro. Ele esfregou os olhos e piscou algumas vezes, mas as figuras continuavam ali.
Com o coração acelerado, Marcelo decidiu acionar o motor e sair dali imediatamente. Para sua surpresa, conforme o carro se movia lentamente, as misteriosas aparições pareciam segui-lo. Eram como sombras etéreas, algumas pareciam chorar, outras pareciam murmurar palavras indistintas.
Desconcertado e com os cabelos arrepiados, Marcelo acelerou o veículo, mas não importava o quanto ele aumentasse a velocidade, as entidades permaneciam ao redor do carro. Ele tentou convencer a si mesmo de que estava apenas imaginando coisas, mas as evidências eram muito claras para serem ignoradas.
Decidido a afastar-se daquele cenário assombroso, Marcelo pegou o celular e ligou para seu melhor amigo, Diego, que era aficionado por histórias sobrenaturais e eventos inexplicáveis. Com voz trêmula, ele descreveu o que estava acontecendo e pediu ajuda.
Diego, empolgado com a possibilidade de encontrar evidências de atividades paranormais, chegou rapidamente ao local com sua câmera. Ele ficou fascinado pelas aparições e começou a fotografar e gravar tudo o que estava acontecendo.
Enquanto os amigos observavam as estranhas entidades, Marcelo teve uma ideia: ele acionou o sensor de presença do carro, esperando que talvez isso pudesse afetar as aparições. E, para a surpresa de ambos, as figuras começaram a desaparecer lentamente à medida que a luz do carro as iluminava.
Era como se a luz impedisse as entidades de se manifestarem. Marcelo e Diego ficaram maravilhados com a descoberta, mas também aliviados por finalmente se livrarem do assustador espetáculo. Eles deixaram o cemitério para trás, prometendo nunca mais voltar àquela hora da noite.
No dia seguinte, eles compartilharam suas descobertas com alguns moradores mais velhos da cidade, que disseram que histórias de espíritos vagando ao redor do cemitério eram contadas há gerações. Alguns acreditavam que a presença de luz poderia realmente afastar as aparições.
Desde então, Marcelo e Diego se tornaram conhecidos na cidade como os “caçadores de espíritos” e ocasionalmente voltavam ao cemitério, mas apenas durante o dia, sempre munidos de lanternas e luzes brilhantes para evitar qualquer encontro assustador com o mundo além do véu.