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No coração gélido dos Montes Urais, onde o vento uiva como uma voz ancestral, repousa um mistério congelado no tempo. Fevereiro de 1959. Nove alpinistas soviéticos partem para uma expedição – sem saber que nunca voltariam para contar sua história.

Dias depois, suas tendas são encontradas rasgadas de dentro para fora, abandonadas às pressas. Seguindo as pegadas na neve, os corpos aparecem, espalhados pela paisagem branca como peças de um quebra-cabeça macabro. Alguns, sem roupas, como se tivessem sido arrancadas no desespero. Outros, com ferimentos que desafiam qualquer explicação: crânios estilhaçados, costelas esmagadas, línguas e olhos arrancados, mas sem marcas externas que justificassem tal brutalidade.

As teorias se acumulam como a neve sobre o mistério. Teriam sido vítimas de uma avalanche traiçoeira? Testemunhas de um experimento militar secreto? Ou algo muito mais sinistro os espreitava na escuridão, forçando-os a fugir para uma morte inevitável?

O Passo Dyatlov não responde. Apenas sussurra. O vento que corta a montanha carrega consigo ecos daquela noite amaldiçoada, onde algo – ou alguém – esperava na neve.

E talvez ainda espere.