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A lenda conta a história de Crispim, um jovem de família de baixa renda, que residia à margem do rio Parnaíba, em Teresina. Um dia, ao chegar para almoçar, o rapaz encontra uma sopa rala, feita com ossos e sobras de refeições anteriores.

Crispim se revolta e inicia uma discussão com a própria mãe, arremessa um osso de boi contra ela, atingindo-a na cabeça e matando-a. Antes de morrer, no entanto, a mãe teria o amaldiçoado a ficar vagando pelos rios Parnaíba e Poti.

O jovem logo vira uma figura monstruosa, com uma enorme cabeça, no formato de uma cuia. Conforme a mãe, a maldição chegaria ao fim somente quando ele devorasse sete Marias virgens.

Após a sentença, Crispim corre ao rio Parnaíba, onde se afoga. Mas, segundo a lenda, seu corpo nunca foi localizado. Assim, moradores da região acreditam que o Cabeça de Cuia, além de procurar por virgens, é capaz de matar banhistas e virar embarcações no rio.

A narrativa popular é baseada em elementos culturais, históricos e em protetores da natureza, descritos em outros contos do folclore, servindo como um alerta para a preservação de rios, da fauna e flora.

Em Teresina, um monumento que homenageia o Cabeça de Cuia, situado no Parque Ambiental Encontro dos Rios, no bairro Poti Velho, é um dos mais visitados da capital. A figura folclórica se popularizou no final do século 19.